quinta-feira, 26 de novembro de 2009

A correria nossa de cada dia

Amigos, não sei quantos vocês são, nem a frequência com que me acompanhavam nesse humilde espaço (falo no passado pois há tanto tempo não atualizo isso que os poucos que me visitavam devem ter parado de vir aqui). No entanto, muito me incomoda o fato de estar há 3 MESES sem fazer sequer UMA mísera atualização no blog. Nem uma linha. Nem uma imagenzinha dessas tipo besteirol. E me pus a pensar: Porquê?

Então comecei a constatar que estamos cada vez mais correndo desenfreadamente. Como loucos marcamos mil e um compromissos para um curto intervalo de tempo. Nunca queremos perder as oportunidades, por menores que sejam. Temos quase que a obrigação de estar em dois lugares ao mesmo tempo. Três, de preferência, e se possível na hora marcada.


Não estamos vendo a vida passar. Já acordamos palpitando, ao ver que perdemos a hora por alguns minutos. Engolimos o café de qualquer maneira, afinal não há tempo sequer para pensar na azia que irá nos corroer pelo resto da manhã. Não damos mais bom dia para aquele nosso vizinho que cumprimentávamos quando éramos mais novos. Não temos mais espírito para parar diante de um beija-flor e contemplar sua beleza e plasticidade no voo estático. Não observamos a beleza e o colorido das flores, das árvores e do céu, ainda azul como em tempos mais coloridos de nossas vidas.

Almoçamos correndo, numa luta contra o relógio onde o garfo é a arma principal. Digerimos o nosso almoço já no posto de trabalho, sob os olhares de rapina dos colegas/concorrentes de trabalho, diante de uma pilha de afazeres e às voltas com um incansável chefe, cujos gritos e gestos fazem uma reles salada de alface cair no estômago com o terrível peso de uma orgia gastronômica à base de dobradinha e feijão branco. E ao chegarmos em casa não temos tempo para nossos filhos e suas necessidades enquanto crianças, bem como para nossos cônjuges e suas/nossas necessidades óbvias de fim de dia.

Eu vos pergunto: em nome de mais grana no fim do mês, em nome de um carro do ano, em nome de um apartamento em bairro nobre, em nome de uma posição destacada na sociedade, VALE A PENA ABDICAR DO SIMPLES E BELO?