terça-feira, 22 de julho de 2008

Quem foi o PIOR???

Hoje, por volta das 13 horas, eu assistia a um programa de esportes quando uma reportagem me chamou a atenção. O personagem principal da matéria era um garoto italiano, de castellano fluente: Diego Maradona Jr. Italiano? Maradona Jr? Como assim?

Em sua memorável passagem por Nápoles, nos anos 80, onde foi rei naquela cidade e atuou com Careca no ataque do Napoli, nos bons tempos do Napoli, "Don Diego" aproveitou - e bem - o seu prestígio por lá. Numa dessas, nasceu um filho bastardo. Com o passar dos anos, a mãe e o garoto resolveram procurar o ex-jogador, que não lhes atendeu, e ainda disse que a justiça até poderia obrigar-lhe a dar dinheiro para o garoto, mas nunca o amor.


O episódio faz lembrar de quando Pelé tomou conhecimento de que tinha uma filha que era fruto de uma relação extra-conjugal. Sandra Regina lutou para ter o reconhecimento do "rei", mas o máximo que conseguiu foi a comprovação através de exame de DNA. Elegeu-se vereadora em Santos, e acabou falecendo anos depois, de câncer, sem ter tido o contato que desejava ter com seu pai biológico.


São questões complicadas, sim, mas vejo como uma via de mão dupla: Se jogadores de futebol no auge não pensam duas vezes antes de "pegar" todas as mulheres que desejam, por que razão não assumem as consequências dos seus atos, ainda com o agravante de fazer sofrer aqueles que são os menos culpados nessas tramas: os frutos da relação, enfim, os filhos?

Podem ter sido ótimos com as bolas nos pés, mas mostram-se péssimos de espírito e caráter. Lamentável.

segunda-feira, 21 de julho de 2008

sexta-feira, 18 de julho de 2008

Um Som Imaginário

Hippismo Total

Os constantes jogos de futebol decisivos, comuns nesta época do ano, acabaram por tomar grande parte de minhas últimas postagens. Futebol é uma de minhas grandes paixões, não poderia ser diferente. Mas estava faltando música aqui. Então vamos falar de som. e de um som, digamos, imaginário.


Zé Rodrix (sentado), Tavito, Wagner Tiso, Fredera, Robertinho Silva e Luiz Alves: O Som Imaginário


O Som Imaginário foi uma das mais lendárias bandas brasileiras de todos os tempos. Mesclando sons brasileiros ao jazz e ao rock psicodélico e progressivo, notabilizou-se por acompanhar Milton Nascimento no período considerado por muitos como o mais fértil de sua carreira. Discos como "Milton" (1970), "Milagre dos Peixes" (1973), "Milagre dos Peixes - ao vivo" (1974), além do épico "Clube da Esquina" (1972), têm, em suas fichas técnicas, o Som Imaginário como banda-base. Que base!!

O Som Imaginário era formado, inicialmente, por Wagner Tiso (piano e órgão), José Rodrix (órgãoe voz), Luiz Alves (baixo), Tavito (guitarra e voz), Laudir de Oliveira (percussão) e Robertinho Silva (Bateria - com o qual tive o privilégio de trocar algumas palavras em março último, no Sesc Teresópolis). Com a saída de Laudir, que foi tocar com Sérgio Mendes nos EUA, ocorreu a entrada do grande Naná Vasconcelos, que integrou o Som Imaginário como percussionista por alguns meses. No mesmo período, entrou para a banda o guitarrista Frederyko (Fredera), passando então o Som Imaginário a ter guitarra solo.


Enquanto isso, em Minas Gerais, dois jovens inscreveram uma canção no Festival Internacional da Canção de 1969. Estes jovens eram Beto Guedes e Lô Borges, que compuseram 'Feira Moderna' em parceria com Fernando Brant. Milton Nascimento convenceu os dois a deixarem o Som Imaginário defender a canção no festival. Era o que faltava para a banda alicerçar o seu primeiro disco, homônimo, que saiu em 1970 pela Som Livre.


Som Imaginário (1970)

Este disco trouxe uma sonoridade pluralizada, como citado no primeiro parágrafo deste artigo. Era a fusão de elementos jazzísticos, tropicais e psicodélicos. Um dos destaques é "Morse", um belo tema instrumental que abre o disco. Outro grande destaque é o vocal arrasador de Zé Rodrix em "Feira Moderna", que seria imortalizada nove anos depois na voz de Beto Guedes, um dos autores.

Infelizmente a proposta era experimental demais para a época, o que confirma que o Brasil nunca foi um lugar que favorecesse o experimentalismo. Afinal, se viver de música já não enchia a barriga de ninguém, improvisar na música muito menos. Após o lançamendo deste disco, a debandada começou, e o primeiro a sair da banda foi Zé Rodrix, que se juntou a Sá e a Guarabira e com eles criou o rock rural.

O segundo disco, também homônimo, saiu em 1972, e manteve a proposta do primeiro, inserindo apenas uma pegada mais progressiva, presente em "A nova estrela".


Som Imaginário (1972)


Essa pegada progressiva tornaria-se o eixo do terceiro e derradeiro álbum de estúdio, "Matança do Porco", de 1973.
Matança do Porco (1973) - uma das capas


Um disco conceitual, totalmente instrumental, que pode ser considerado meio que o "embrião" da carreira solo de Wagner Tiso. O grande destaque deste disco é a faixa título, de autoria de Tiso, que subdivide-se em três movimentos, no qual o auge é o segundo, mais pro meio da música, quando a banda engrena num improviso maravilhoso, no qual destacam-se a performance de Robertinho Silva na bateria e os agudos extraídos da guitarra de Fredera, já atuando como artista convidado, uma vez que antes do terceiro disco o guitarrista já havia se desligaado oficialmente da banda. O terceiro movimento, quase que totalmente orquestrado, é destaque por isso e também pelo fato de Milton Nascimento solar com vocalizes deslumbrantes, com o auxílio luxuoso dos Golden Boys. Também nesse disco, "A 3" destaca-se, mostrando que a pegada samba-jazzista do Som permaneceu intacta.

Depois deste disco, muitas foram as alterações na formação da banda, como a saída de Luiz Alves e a entrada de Novelli no baixo, a saída de Robertinho Silva, substituído na batera por Paulinho Braga, a saída de Tavito e a entrada de Toninho Horta, assumindo a guitarra e ainda a entrada de Nivaldo Ornellas, acrescentando sopros ao som do Som. Com essa formação gravaram o belíssimo disco "Milagre dos Peixes - ao vivo", creditado a Milton Nascimento e Som Imaginário, em 1974.

Depois disso ainda teve a substituição de Novelli por Jamil Joanes e o retorno de Fredera, ou Frederyko. A partir daí a banda encaminhou-se para o seu fim, em 1976.

A seguir, dois vídeos desta banda que, se não fez sucesso, fez história nos circuitos de música alternativa dos anos 70, à margem do brega e das baladas românticas do "rei", que dominavam as paradas da época.


A NOVA ESTRELA


A 3