quinta-feira, 29 de maio de 2008

E SÓ SOBROU O FLUMINENSE

Dos três times cariocas que ainda disputavam algo no primeiro semestre, sobrou apenas o Fluminense. Até porque a partida de ontem contra o Boca Juniors foi só a primeira. Ao menos até a semana que vem, o Flu ainda estará disputando. As decepções ficam por conta de Vasco (menos) e Botafogo (mais).

Como é possível um raio cair duas vezes no mesmo lugar? Pergunte ao Cuca, agora ex-técnico do Fogão, e aos jogadores, pois repetiram tudo o que aconteceu no ano passado em Buenos Aires. O Bota mostra-se um time que não sabe decidir quando a segunda partida é fora de casa. Saiu em vantagem, por ter vencido a primeira no Engenhão, tal qual no duelo contra o River Plate. No entanto, não foi capaz de sustentar a vantagem. Ainda mais pelo fato de ter conseguido empatar a partida no Morumbi três minutos após o Corinthians marcar. Naquele momento, o time deveria ter envolvido o adversário de modo a fazer o tempo passar e enervá-lo, pois já tinha vários jogadores com cartão amarelo. Mas há uma particularidade ao Botafogo: é um time que chega a muitas decisões, mas a cada uma delas parece um novato, um calouro no ramo, pois não se vê a frieza necessária, a malícia necessária aos campeões. Acomodou-se com a possibilidade de levar para os pênaltis, e o resultado é mais uma eliminação inacreditável. Enquanto o Botafogo não tiver essa frieza necessária a quem quer ser campeão, ficará sempre no quase, infelizmente. É fato. Sou Botafoguense, daqueles que ficam roucos a cada quarta e domingo, mas tenho de admitir isso, com o coração em pedaços.

Já o Vasco se mostrou mais digno, ao partir pra cima do Sport Recife e fazer o placar que precisava para, ao menos, levar a peleja para as penalidades. Mas aí o Edmundo acabou acrescentando mais um penal perdido para a sua já vasta coleção, e o Vasco se despediu.

Algumas mudanças já aparecem, como a saída do técnico Cuca, no Botafogo. Ele entregou o cargo, pois era sabido por todos que a situação seria insustentável em caso de mais um insucesso. E foi o que ocorreu. Só tenho a agradecer a ele por ter nos colocado num patamar acima do que nos habituamos a freqüentar nos últimos 10 anos. Mas para um clube com a grandeza do Botafogo, isso apenas não basta. Queremos ser campeões também. E vislumbramos essa possibilidade já há dois anos, sempre batendo na trave. Será que outro comandante (provavelmente Leão) conseguirá fazer desse grupo um time vencedor? Será que o Cuca conseguirá levantar taças em outras cercanias (provavelmente o Santos)? A saber com o passar do tempo.

Já o Fluminense segue vivo na Libertadores. Arrancou um heróico empate contra o ‘Bambambam das Américas’ (segundo a grande mídia – nem tanto segundo eu). O fato é que esse Boca costuma jogar melhor fora da Argentina do que em sua casa. Mas acredito que o Fluminense passe. Já demonstrou ser time copeiro quando, depois de quase estar eliminado da Copa do Brasil do ano passado, passou por cima do Bahia e partiu rumo ao título. E o grande detalhe é o seguinte: Caso o tricolor de Laranjeiras se classifique, e da outra chave surja o América do México (do qual santistas e flamenguistas guardam lembranças marcantes), o tricolor já estará no Mundial da FIFA, mesmo se não for o campeão. Isso porque o América não é federado à Conmebol, e sim à Concacaf, que classifica seus clubes através de sua própria competição, a Concacaf Champions League. Mexicanos jogam a Libertadores como convidados, atraídos pelas receitas gordas que a competição gera. Mas tudo dependerá do que acontecerá no Maracanã na semana que vem.

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