sábado, 1 de março de 2008

Final da Taça GB e seus desdobramentos: a indignação de outras torcidas

TRANSCREVO PARTE DE UM ARTIGO REDIGIDO POR UM VASCAÍNO, MAS QUE RETRATA MUITO BEM A ATUAL SITUAÇÃO VIGENTE NO BRASIL, MAIS PRECISAMENTE NO RIO DE JANEIRO, A RESPEITO DAS IRRESPONSABILIDADES COMETIDAS PELAS ORGANIZAÇÕES GLOBO:

Essa é a lei! A lei é fazer média, é agradar a maioria, é mentir em favor da lucratividade, do império da comunicação de massa, das bancas de jornal em festa!
Essa voz parece querer avisar à mãe do João Hélio, às famílias das vítimas de bala perdida, ao Dr. Lídio Toledo e a tantos outros acometidos por tragédias brasileiras que “é assim mesmo”, que “não adianta chorar”. Não adianta reclamar contra a injustiça, protestar, mostrar que não é alienado nem idiota, demonstrar indignação. Em nosso país, o cidadão de bem que protesta, que demonstra indignação contra o roubo, a sujeira, a manipulação ou a falcatrua, é considerado tolo, bobo, demente. A ditadura, hoje, não é mais militar: é consentida pelos veículos de comunicação e seus arautos, que reiteram o discurso que lhes dá maior rentabilidade. A nova lei é essa! “É proibido chorar”! Independente da sua insatisfação, você tem que engolir, aturar a provocação. A massa em êxtase proclama e impõe a sua verdade como verdade absoluta. “Azar de quem não se junta a nós” – ela sentencia. É por isso que a mídia, que não pode jogar com “o azar”, junta-se a ela e a promove.

Antropologicamente falando, a “dança do creu” é o complemento perfeito. Apresenta em suas características elementos de pornografia, agressividade, escárnio, possessão e violação. Lembra uma frase clássica de Guimarães Rosa em seu Grande Sertão: “o diabo na rua, no meio do redemunho”.

Para completar a metáfora carnavalesca, nada melhor que a figura do anti-herói, a “demonização do sujeito”, que agride e sai impune. Tal qual “povo de rua”, ele se manifesta com deboche, picardia, desprezo e desrespeito aos outros. A figura do atacante Souza agredindo o goleiro do Botafogo para tomar a bola, xingando os outros e debochando até hoje dos adversários é isso: a perfeita manifestação da perversidade como valor aceitável para uma sociedade que ama a transgressão.E isso dá capa de jornal! E vende muito!

Confesso a todos vocês que não posso acreditar em onze homens e um dirigente chorando numa coletiva de imprensa como fato patético, tão somente. A situação até sugere essa interpretação, mas acho que ninguém se expõe por tão pouco!

Eu vi as papeletas amarelas, eu vi a Copa União, eu vi a máfia do apito no Brasileirão 2005, eu vi a Justiça atestar a fraude nas eleições do Vasco e decidir (embora sem data) um novo pleito. Infelizmente para os mancomunados, eu não nasci ontem. E tem muita gente que não nasceu também.

O que eu percebo é que, neste jogo de cartas marcadas, tem muita gente perdendo a lisura e o respeito, por assinar colunas publicamente em grandes veículos de comunicação, e fazer média, desempenhando muito mal o papel de jornalista ou comentarista. Que vendam seus jornais e suas almas ao diabo... eu sou diferente! Estou no meu livre arbítrio e no meu direito constitucional de emitir a minha opinião.

Com todo respeito e com a devida licença pelo uso do termo chulo... tomei nojo deste Campeonato Carioca 2008 depois de ver a decisão da Taça Guanabara!

Nojo dos personagens, nojo do desfecho, nojo da sordidez, nojo da impunidade, nojo da falta de seriedade, nojo da vista-grossa da imprensa.

O Campeonato Carioca deste ano está muito “brasileiro” para o meu gosto...





DISPONÍVEL NA ÍNTEGRA EM: http://www.supervasco.com.br/colunas/-e-proibido-chorar-1143.asp

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